segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Discharge – Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing [1982]



Discharge – Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing [1982]
Às vezes uma grande referência para o mundo da música vem de onde se menos espera.
À primeira vista, pode-se pensar que o Discharge não passava de quatro moleques com muita raiva e alguns instrumentos querendo mostrar a qualquer um sua indignação com tudo e todos. Pode não parecer, mas sem esses quatro moleques a Música Pesada não seria a mesma.
A formação do grupo data de 1977, o ano da explosão do punk praticamente no mundo todo. Na Inglaterra, um dos berços do movimento, ícones como os Sex Pistols e o Clash realmente faziam a cabeça dos adolescentes. Com certeza foi com inspiração nessas duas bandas que o Discharge começou a tocar (inicialmente o som deles parecia um Pistols um pouco mais rápido). A reviravolta quase completa veio com o EP “Why?”, composto por dez faixas cuja fórmula era diferente de tudo o que havia na época: riffs distorcidos e de poucos acordes, uma raiva difícil de ser controlada e a clássica bateria que foi o que deu nome à espécie de Hardcore por eles criada: o d-beat.
O EP de estreia, apesar de ser um clássico supremo, não foi páreo para o que veio a seguir. Simplesmente um dos registros mais pesados de toda a história da música, um retrato totalmente cru e bruto do Hardcore em sua forma mais pura: isso é “Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing”, o primeiro full-length do quarteto.
Originalmente contando com 14 faixas, “Hear Nothing…” é considerado até hoje o disco definitivo do Discharge, sendo ele uma referência para bandas como Sepultura e Celtic Frost. Depois de seu lançamento, porém, a banda se voltaria para um som com fortes influências do Metal e só retornaria ao d-beat propriamente dito em 2002, quando ocorreu a reunião da formação clássica.
Quanto a “Hear Nothing…”, digo apenas que o que você encontrará por aqui é massacre sonoro no seu estado mais primal. Todas as músicas são um pouco iguais entre si, mas merecem nota a faixa-título, “The Final Bloodbath”, “Drunk With Power”, “A Hell On Earth”, “The Possibility of Life’s Destruction” e a perturbadora “Cries of Help”, introduzida por um texto sobre a bomba atômica e choros de criança, o que torna a faixa totalmente sombria. Um registro histórico e essencial.
Cal – vocais
Bones – guitarra
Rainy – baixo
Garry Moloney – bateria
01. Hear Nothing See Nothing Say Nothing
02. The Nightmare Continues
03. The Final Bloodbath
04. Protest and Survive
05. I Won’t Subscribe
06. Drunk With Power
07. Meanwhile
08. A Hell On Earth
09. Cries of Help
10. The Possibility of Life’s Destruction
11. Q: And Children? A: And Children
12. The Blood Runs Red
13. Free Speech For The Dumb
14. The End

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