terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Ministry: From Beer To Eternity





Na ativa desde 1981, o Ministry mudou seu estilo e assumiu novas influências ao longo dos anos. De um new wave moderninho até o metal industrial, a banda caminhou por entre efeitos, agradando (e desagradando) muita gente no caminho. Mas há algo que seu mentor Al Jourgensen nunca abriu mão independente da reação de seus fãs: fazer o que lhe dá na telha.

"From Beer To Eternity", que acaba de chegar às lojas, é o décimo terceiro álbum na dicografia do grupo. E deve ser o último. A banda já havia anunciado a decisão de encerrar as atividades com o lançamento de "Adios... Puta Madres", em 2009. Mas, em 2012, a banda reunida lançou "Relapse", logo depois de Jourgensen passar por uma experiência de quase morte.

O novo disco é especial não apenas para a banda como também para os fãs por conter as últimas composições com a colaboração do guitarrista Mike Scaccia, que faleceu no final de 2012 após um infarto. Agora, é realmente o fim do Ministry, segundo Jourgensen: "Mikey era meu melhor amigo do mundo e não existe Ministry sem ele (...) Eu não consigo fazer isso sem Mikey, e nem quero. Então sim, esse será o último álbum do Ministry", disse o músico em entrevista ao portal norte-americano Noisey sobre o lançamento do novo disco.


O repertório de "From Beer To Eternity" traz 11 faixas potentes e contundentes. Quem esperava algo diferente? Na capa, fotografia feita por Allan Amato, Al Jourgensen lida com os sete pecados capitais, personificados por sete mulheres. Jourgensen garante que não há misoginia ou sexismo na arte. E, em se tratando de quem se trata, não se pode supor que seja mesmo por aí. O imaginário de Jourgensen não é tão raso.

O disco abre com a arrastada "Hail to His Majesty (Peasants)", uma faixa minimalista, cheia de efeitos eletrônicos que às vezes remetem a engrenagens de uma máquina infernal. Depois vem a pesada "Punch in the Face" - um soco na cara, como indica o título. Na sequência, o manifesto anti-guerra "PermaWar".

As excessivas colagens - como acontece em "Side F/X Include Mikey's Middle Finger" - não são para todo mundo, portanto aos iniciantes é recomendada cautela. Depois de algumas faixas, o ritmo do disco cai um pouco em "Thanx but No Thanx" - que traz uma citação do norte-americano William S. Burroughs - e em "Change of Luck". O disco encerra com "Enjoy the Quiet", cuja tranquilidade anunciada é, na verdade, uma sequência de ruídos que se parecem com o som do mar sintetizado e remixado - ou de uma TV fora do ar - com falas abafadas ao fundo.

Sendo mesmo este o último disco do Ministry, como parece ser, os fãs terão de se conformar. Mas a banda fecha a carreira de forma altiva. Mais do que música barulhenta, o Ministry deixa um legado que inclui um discurso político (essencialmente anti-Bush e anti-guerra), estético e cultural.


01. Hail to His Majesty (Peasants)
02. Punch in the Face
03. PermaWar
04. Perfect Storm
05. Fairly Unbalanced
06. The Horror
07. Side F/X Include Mikey's Middle Finger (TV4)
08. Lesson Unlearned
09. Thanx but No Thanx
10. Change of Luck
11. Enjoy the Quiet



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